UMA CURIOSA RELAÇÃO ENTRE O RITO DOS CAVALEIROS MAÇONS ELUS COHEN DO UNIVERSO E A MAGIA SAGRADA DE ABRAMELIN, O MAGO
OS SALMOS UTILIZADOS POR MARTINEZ DE PASQUALLY SÃO OS MESMOS NA MAGIA SAGRADA DE ABRAMELIN, O MAGO
“A precisão da cerimônia não basta. É preciso ainda uma grande exatidão e santidade de conduta da parte do chefe que conduz os círculos de adoções intelectuais e da parte daquele que aspira à adoção. É-lhes necessário uma preparação espiritual feita pela prece, pelo retiro, pelo jejum e pela meditação seguindo o que está prescrito”.
Martinez de Pasqually
Em “O Manuscrito da Argélia”
Quando comparamos os dois sistemas teúrgicos, em tudo o que concerne à preparação do postulante para os círculos de adoção, notamos que o rigor é o mesmo. E não cabe somente essa semelhança, os salmos também são os mesmos com exceção do último que, na Magia Sagrada de Abramelin, é o Salmo 143, ao passo que no sistema teúrgico de Pasqually, utiliza-se o salmo 149.
Essas semelhanças não são casuais, pois ambos sistemas nos apontam o uso mágico dos salmos, considerados como salmos de penitência ou purificação.
A diferença é que no sistema de Pasqually os salmos são orados em latim, ao passo que na magia de Abramelin são cantados em hebraico ou uma língua ainda mais antiga. Observe o quadro comparativo abaixo:
|
Salmos |
||||||
Sistema de Magia de Abramelin |
6 |
32 |
38 |
50 |
102 |
130 |
143 |
Sistema de Magia dos Elus Cohen |
6 |
31 |
37 |
50 |
101 |
109 |
149 |
A variação nos números depende da versão da Bíblia da qual os salmos são retirados, mas em essência se tratam dos mesmos e exatos salmos.
O artigo abaixo, traduzido do francês, nos traz a menção destes salmos de penitência ou purificação que podem também ser encontrados no Manuscrito da Argélia de Martinez de Pasqually, obra que está passando por uma revisão integral e logo será publicada novamente, pois se trata de um material fundamental para compreensão do sistema de Magia ensinado por Martinez de Pasqually.
O fato curioso desta comparação de sistemas é que ela aponta para uma origem comum: a Antiga Tradição Mágica como era praticada no Antigo Egito. Sabe-se que Abramelin era um Mago egípcio, e o sistema ensinado por Martinez de Pasqually também aponta para as mesmas raízes, variando apenas em seu método e aplicação.
Em um futuro artigo, trabalharemos cada um dos salmos de maneira a esclarecer os fundamentos mágico-teúrgicos de cada um deles.
Charles Lucien de Lièvre
O MANUSCRITO DA ARGÉLIA DE MARTINEZ DE PASQUALLY
É uma obra que versa sobre os elementos práticos e preparatório das
operações teúrgicas ensinadas por Martinez de Pasqually, além de um esboço geral de seu Rito dos Cavaleiros Maçons Elus Cohen e suas reuniões coletivas. É um material riquíssimo, mas muito semelhante aos sistemas de magia medieval que encontramos nos grimórios da era renascentista. Saiba mais em:
E-BOOK: https://www.amazon.com.br/dp/B0858D1J9Q
NO CORPO RITUALÍSTICO DOS CAVALEIROS MAÇONS ELUS COHEN DO UNIVERSO
No corpus ritualístico dos Elus Cohen, não há uso orgânico e de amplo espectro dos salmos. As complexas operações rituais relatadas no Manuscrito da Argélia fazem uso de invocações longas e muitas vezes redundantes, típicas da poesia de Martinez de Pasqually, mas não muito distantes das invocações encontradas nos mais conhecidos grimórios mágicos da Idade Média. À primeira vista, é surpreendente notar essa lacuna, especialmente porque a tradição mágica e oculta que segue a experiência dos Elus Cohen fez uso extensivo dos salmos, como evidenciado, por exemplo, pela obra do Abade Julio, da escola kremmerziana e do Martinismo. O sistema Cohen, que ainda não atribuiu, e talvez nunca atribuirá, um rótulo, sem dúvida totalmente desviado da tradição judaica para e ao mesmo tempo da tradição cristã, sem abraçar ou explicitamente, algo que você realmente poderia pensar que existe nada mais é do que novidade e desejo de originalidade. É então surpreendente que Martinez De Pasqually extraísse tão pouco dessas duas fontes que são combinadas com o uso dos salmos de Davi. Tão pouco, mas na verdade de forma muito significativa, para repetir, se necessário, que no sistema teúrgico dos Elus Cohen nada é deixado ao acaso. O uso ativo dos Salmos de David só aparece nos “Estatutos Secretos de R+” no Artigo 39, onde é descrito o “Rito para recitar os Salmos Penitenciários”. Vamos dar um passo para trás. Os salmos penitenciários, que são em número de sete, foram assim identificados, pelo seu conteúdo, por S. Agostinho e aqui, nesta ordem, estão os Salmos 6, 31, 37, 50, 101, 129, 149 (o número muda na versão LXX).
(Esta seção do livro discute o uso de salmos no Martinismo, nos Elus Cohen e no sistema Kremmerz) Salmos: História, Oração, Meditação, Magia e Anjos
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