ALGUNS APONTAMENTOS IMPORTANTES PARA A COMPREENSÃO DO PARALELO TRAÇADO POR STANISLAS DE GUAITA ENTRE O MARTINISMO E A ROSA-CRUZ

 A ORDEM MARTINISTA E A ORDEM ROSA-CRUZ CABALÍSTICA

Selo que identifica a Ordem da Rosa-Cruz Cabalística fundada por Stanislas de Guaita.

Alguns pontos importantes precisam ser levantados no texto que foi traduzido do francês sobre a história do Martinismo, isto é, do Martinezismo de Martinez de Pasqually com seus Cavaleiros Maçons Elus Cohen do Universo e do autor deste texto que é o fundador da Ordem da Rosa-Cruz Cabalística, a fim de que o leitor possa tirar grandes proveitos das linhas que se seguem:

1) Martinismo é a doutrina fundada por Louis-Claude de Saint-Martin, o Filósofo Desconhecido, a partir dos ensinamentos de seu primeiro Mestre, Martinès (Martinez) de Pasqually, a quem atribuía ser o possuidor das chaves ativas da Iniciação; e da união do pensamento teosófico do filósofo e sapateiro alemão Jacob Boëhme, a quem considerou seu segundo Mestre e, de acordo com Saint-Martin, possuía as chaves teóricas da Iniciação. A grande obra de sua vida foi a de casar essas duas doutrinas, o que deu nascimento ao Martinismo, neologismo extraído de seu sobrenome.

2) O Martinezismo é a doutrina fundada por Martinez de Pasqually, conhecido como o taumaturgo (milagreiro) e invocador de anjos. Sua doutrina fora toda baseada nas práticas teúrgicas ou de magia cerimonial, as quais tentou incorporar na Maçonaria como um sistema de altos graus secretos para além da Maçonaria Azul ou Maçonaria de São João ou simbólica. Ele via nos altos graus maçônicos uma capa externa, isto é, uma materialização físicas dos altos graus teúrigicos a que propagava. Pasqually, ele próprio maçom e herdeiro de uma carta patente, também considerou as ordens maçônicas da época um campo fértil e discreto para a seleção de homens propensos a aceitar seus ensinamentos e a praticar seu sistema de altos graus, considerado em sua essência como um SISTEMA DE GRAÇAS, outorgado pela Divina Providência e por seus Agentes Invisíveis (Superiores Incógnitos) por meio de uma complicada ritualística individual com o objetivo de promover a Reintegração e Reconciliação da alma humana com seu Primeiro Princípio ou Estado de Glória.

3) A Ordem Martinista, em sua forma contemporânea, foi organizada e

Símbolo da Ordem Martinista com o Nome Pentagrámatico ou Nome Esotérico de Cristo.

fundada pelo Dr. Gérard Encausse, mais conhecido por seu nome iniciático “Papus”, e contou com a colaboração de muitos ocultistas de renome da época dentre os quais podemos citar: Stanislas de Guaita, Charles Barlet, Saint-Yves d’Alveydre, Fabre d’Olivet, Emile Flammarion, Eugène Nus, entre outros. Estes grandes homens também foram membros de sua Ordem Martinista.

4) O texto abaixo foi redigido por Stanilas de Guaita, fundador da Ordem da Rosa-Cruz Cabalística e membro da Ordem Martinista de Papus. É importante também destacar que Papus também foi membro da ordem fundada por Stanislas de Guaita. Eram amigos de longa data e compartilhavam dos mesmos interesses e tendências. Haja vista, que Stanislas de Guaita foi um dos principais colaboradores da Revista “A Iniciação” fundada por Papus em 1888.

5) Tanto a Ordem Cabalística da Rosa-Cruz quanto Papus concentraram grande parte de seus esforços na aplicação prática da Magia Cerimonial e Cabalística. Este fato é notório nas inúmeras obras que Papus escreveu sobre o assunto, em muitos artigos de sua revista “A Iniciação” e de seu Grupo Independente de Estudos Esotéricos, destinado à comprovação de determinados fenômenos ocultos.

Com base nestes dados históricos desses dois eminentes ocultistas do final do século XIX e início do século XX, o leitor terá uma compreensão mais profunda do paralelo traçado por Stanislas de Guaita entre o Martinismo e a Rosa-Cruz.

Charles Lucien de Lièvre

APÊNDICE V
NOTAS SOBRE AS DUAS SOCIEDADES SECRETAS

Em 1890
A Fraternidade Martinista e a Ordem da Rosa-Cruz

Símbolo em papiro que identifica a Ordem da Rosa-Cruz Cabalística.

Muito escreveu-se sobre as Sociedades Secretas; muito e mal: quero dizer de maneira muito inexata. É por isso, sem dúvida, que pesquisas laboriosas deixaram de ser realizadas; mas, a paixão política nela se misturou, e o infortúnio quis que os impacientes, desejando fazer prevalecer uma tese conforme às suas preferências, os historiógrafos dessas Fraternidades só procurassem, na bagunça dos documentos por eles acumulados, peças justificativas, assim mesmo, de uma opinião concebida antecipadamente.

Aliás, coisa curiosa! Abstração feita às tendências de partido, a essência do assunto foi sempre exaltar além da medida e de obscurecer a imaginação dos mais imparciais. Eles se revelam impotentes para retirar os materiais dos quais regurgitam, placas examinadas às chamas de uma sã crítica, para classificá-las, enfim, de acordo com sua importância e autenticidade. Longe de deduzir disso algo de luminoso, típico ou peremptório, eles se arrastam penivelmente no labirinto das mais ardentes conjecturas, bem massivos de uma erudição mal dirigida: como essas vespas em festa, bêbadas pelo mel de contrabando, zumbem no local, com asas trepidantes; eles não conseguem mais se decidir a alçar voo, por ter revirado demais as uvas maduras.

A partir do momento que se trata de Sociedades Secretas, é notável como a paixão cega a maioria e cada um se obstina com delícias, mesmo contra evidências, de onde a grande ansiedade nas ideias e soluções às quais se crê absolutas no sentido mais contraditório. Alguns escritores, como o constituinte Mounier (1), desconhecia a influência bem real e frequentemente decisiva que essas associações misteriosas conseguiram exercer sobre a marcha dos acontecimentos sociais e políticos; além disso, não vendo nisso tal autor estimável no resto do panfleto de 1819(2) nada mais que um conglomerado de conspiradores e conventículos de revolucionários mais ou menos selvagens, qualificam de jogos de distração os ritos dessas Fraternidades, e denunciam suas doutrinas como ilusão de ótica para uso dos ingênuos, ou como pretexto para desviar a desconfiança dos governos estabelecidos.

(1) Da Influência atribuída aos Filósofos, aos Franco-Maçons e aos Iluminados sobre a Revolução Francesa, por J.-J. Mounier. - Paris 1822, in-8.

(2) Sociedades Secretas na Alemanha e da seita dos Iluminados – Paris, 1819, in-8.

É preciso procurar a verdade entre essas duas verdades extremas. Ambas estão corretas, aliás, parcialmente: trata-se apenas de entender.

Uma distinção se impõe em primeiro lugar entre as sociedades dogmáticas ou de Esclarecimento e as Sociedades de Propaganda ou de Ação. A Ordem dos Filósofos Desconhecidos, do qual nos mencionamos uma palavra, poderia ser considerada por tipo como uma das primeiras; a dos Franco-Juízes, que observaremos mais adiante sob o nome de Santa Vehme, conviria como uma do segundo tipo.

Outras como a Maçonaria Primitiva, a Antiga Rosa-Cruz e a Rosa-Cruz Renovada procedem ao mesmo tempo dessas duas classes.

O Túmulo de Jacques de Molay (1), por Cadet de Gassicourt, não deixa nenhuma dúvida sobre o duplo caráter da Antiga Maçonaria, prolongadamente oculta de Tordre dos Templários. Nós mesmos esclarecemos, aliás, bem nitidamente este ponto decisivo. De qualquer forma, não parece inoportuno transcrever aqui o sumário das doutrinas que Cadet de Gassicourt atribuía aos Iluminados Teósofos: denominação geral na qual ele engloba e confunde os Martinistas e os dignitários dos altos graus da Maçonaria.

(1) Paris, ano V, in-32, fig.

TEORIAS DOS ILUMINADOS

Deus não está no espaço.

Deus é o próprio homem e o homem é Deus.

A Essência Divina é amor e sabedoria.

O Amor Divino e a Sabedoria Divina são substância e forma.

O uso de todas as criaturas sobe por graus, desde o ser mais distante do homem até o homem; e pelo homem até o Criador, princípio de tudo (4).

Deus está no mais pequeno assim como no mais grande.

No mundo espiritual, vê-se terras, águas, atmosferas como no mundo natural; porém, as do primeiro são espirituais e as do segundo materiais.

O Senhor de tudo, Jeovah (1), conseguiu criar o Universo e tudo o que nele contém, sem ser homem.

Existe, nas matérias, uma Força que tende à produção das formas dos seres.

Todas as formas das produções da natureza apresentam uma espécie de imagem do homem.

Tudo o que está no Universo, considerado quanto aos diferentes seres, apresentam uma imagem do homem, e atestam que Deus é homem (2). Existem duas faculdades ou princípios: a Vontade e o Entendimento, criadas para serem o receptáculo do Senhor.

A vida do homem está em seus princípios, e seus princípios estão em seu cérebro.

A vida corporal do homem existe para a correspondência do querer com o coração, e do entendimento com o pulmão (3).

(1) — Ver a nota {2a parte do Apêndice} onde explicamos a identidade da essência de XX a XXX, de Jeovah a Adão-Eva.

(2) — As fórmulas são imperfeitas, frequentemente más; porém, a Doutrina irradia ainda mais sob esta veste indigna de Eva.

(3) — Não nos antecipemos antes de gritar ao absurdo!

(4) — Eis aqui completa, e depois completada, a ideia-mãe em torno da qual orbita toda a síntese de Darwin. Notemos que, a partir de 1768, J.-B. Robinet publicava uma obra muito curiosa sob o título: Gradação Natural das Formas do Ser ou Ensaios da Natureza que ensina a fazer o homem. (Amsterdam, in-8, fig.)

Esta correspondência pode nos descobrir várias coisas ignoradas, tanto no que diz respeito à vontade e ao entendimento como sobre o amor e a sabedoria.

Quando se conhece a correspondência do coração com a vontade e a do entendimento com o pulmão, conhece-se o que é a alma de um homem.

A Sabedoria e o Entendimento tem do Amor Divino o poder de se exaltar, de receber a Luz do Céu e de compreender o que ela manifesta.

O Amor Divino, depurado pela sabedoria, no entendimento, torna-se espiritual e celeste.

Mas essas generalidades, por mais importantes que sejam, ultrapassam o nosso propósito.

Que o leitor fique alerta quanto a isso. Por ter aberto um parêntese e ter transcrito o enunciado desses princípios, cujo alcance é realmente capital; por ter acrescentado algumas observações ao conjunto, não tivemos a intenção de tratar aqui nem das Sociedades Secretas em geral, tampouco de seus ritos e de suas doutrinas. No entanto, é no ardor da distinção feita mais acima que nos resta detalhar, em alguns traços bastante sólidos, o objetivo e organização de duas sociedades ocultas em 1890.

O Martinismo constitui um grupo puramente iniciático, uma sociedade de ensinamento elementar e de difusão do Esoterismo. Na Rosa-Cruz é preciso ver uma ordem ao mesmo tempo de Ensino e de Ação.

O Martinismo fundado, a exemplo da Maçonaria, sobre o Ternário Oculto, compreende três graus: o de Afiliado (1o grau) corresponde ao Aprendiz Maçon; o de Iniciado (2o grau) corresponde ao de Companheiro; e o de Iniciador (S.’. I.’.) que corresponde ao de Mestre.

Todavia, como nos faz observar judiciosamente nosso irmão Papus: “A instrução de um membro do 1o grau dos S.’. I.’. ultrapassa em muito o ponto de vista tradicional, não somente o de um Mestre, mas de um grau 33o franco-maçon.” (1)

(1) As Sociedades de Iniciação em 1889, por Papus (A Iniciação, no 7, pág. 13)

Igualmente dividida em três graus, a Rosa-Cruz vem se enxertar sobre o Martinismo, pois para reclamar o 1o grau da Rosa-Cruz, é preciso justificar-se titular do 3o grau martinista (S.’. I.’.). É uma condição formal de admissão.

Pode-se, então, ser Iniciador S.’. I.’. sem afiliar-se à ordem da Rosa-Cruz; mas, eu repito, qualquer afiliado Rosa-Cruz, seja ele do 1o grau, necessariamente escalou os três graus martinistas.

Os ensinamentos martinistas referem-se aos princípios do Esoterismo e sobre a síntese das religiões; sendo elementares, eles não oferecem nada que seja proibido de se divulgar, somente a base do simbolismo deve ser mantida em segredo. Não queremos, de modo algum, infringir nenhum segredo, entregando ao público os detalhes que vão se seguir.

O templo pode ser montado em um simples cômodo. Quando o profano é introduzido, ele se encontra envolvido por um certo número de homens mascarados que, sobre o peito, apontam em silêncio uma espada nua. Penteados de fitilhos à moda egípcia, eles se mostram vestidos em certos casos de uma veste púrpura ou escarlate, larga e solta. Manda-se o postulante sentar-se sobre uma poltrona coberta por lã branca de frente para o altar (1) onde brilham, dispostas na ordem prescrita, um dado número de luminárias: são círios ordinários feitos com tinturas bem definidas. Diversos objetos emblemáticos em número prefixado (esfinge de bronze, máscara, punhal, um crânio com uma flor enfiada nele, pantáculos, etc.) repousam, agrupados de acordo com o Ritual, sobre três tapetes sobrepostos, de cores diferentes. No fundo do cômodo cintila a Estrela do Microcosmo, o Pentagrama Radiante da Santa Qabalah. O recipiendário é questionado sobre o encadeamento das circunstâncias que o conduziram ao seio do ocultismo e que o fizeram desejar a iniciação. Depois é interrogado sobre Deus, o Homem e o Universo. Seguindo um dos objetos que mais parece lhe interessar, conclui-se sobre sua aptidão especial para a Metafísica, ou a Psicologia, ou as Ciências Naturais: e o iniciador, em seus ensinamentos ulteriores, tem o cuidado de insistir, por conseguinte, nas provas ou nos argumentos retirados de uma das três ciências pela qual o neófito mostrou inclinação. Todavia, como a Liberdade é, na Ordem, um princípio fundamental e absoluto, a do profano é reputada inviolável. Ele é livre, pois, para se recusar a responder a todas as questões. Tem-se o direito de exigir dele apenas uma única coisa: o juramento de calar-se sobre a base do simbolismo e também sobre o nome do Iniciador, e de todos os assistentes com os quais ele teve contato. O ensinamento lhe é, enfim, transmitido e todos os membros presentes o consagram Afiliado, Iniciado ou Iniciador, conforme o caso, tocando-o levemente com o gládio (2). Um discurso sintético encerra, como de costume, a sessão, e um dos S.’. I.’. reconduz em silêncio o recipiendário até a porta de entrada.

(1) Na falta de um altar, uma mesa pode servir para substituí-lo, se for oblonga ou quadrada, cuidadosamente disposta como segue.

(2) Entre as cerimônias, das quais indiquei as principais, algumas somente são de estrita obrigação: as outras são facultativas.

Como o postulante é conhecido como anteriormente instruído nas verdades sobre o que acontece no programa martinista, os três graus podem lhe ser conferidos um após o outro em uma única sessão: este modo de iniciação é dito: a título honorífico.

Nenhuma soma, por mínima que seja, deve ser cobrada pela Iniciação. O profano conhece tão somente o seu iniciador, e deve cessar qualquer relação iniciática com ele quando se tornar um iniciador por sua vez. A Consciência é o único juiz dos atos do Iniciado, e nenhum membro da ordem pode cobrar de quem quer que seja (1)… Cada iniciador instrui uma multidão de membros que, tornando-se iniciadores, por sua vez, dão ao movimento uma real importância.

A falha da organização martinista vem, em nossa opinião, da absoluta liberdade permitida deixada a cada um dos membros da Ordem. Disso resulta uma série de grupos separados, que são individualmente muito fortemente constituídos, mas que devem, a um dado momento, serem suscetíveis de se reunir. É o mínimo que se tenta fazer neste momento”. (Papus, Sociedades de Iniciação, página 13.)

Essas linhas de nosso amigo completam nossas indicações e passam por comentários. Acrescentemos somente que os Martinistas devem a um dos grandes adeptos da Idade Média, o abade Tritemo um procedimento esteganográfico e que lhes permitirá de realizar na hora desejada esta reunião tão desejável, esta mobilização teosófica tão esperada por todos… Em todo caso, eles sempre encontrarão na Rosa-Cruz o elemento de síntese e unidade que lhes faltou por muito tempo.

De fato, se uma dessas associações defende princípios de liberdade sem limites e de iniciativa individual, a outra é fundada inteiramente sobre os princípios da autoridade coletiva e da Hierarquia unitária. O Martinismo e a Rosa-Cruz constituem duas forças complementares em todo o alcance científico do termo; possam eles nunca se olvidar disso!…

A Antiga Ordem da Rosa-Cruz estava quase por se extinguir, há três anos, quando dois herdeiros diretos dessas augustas tradições decidiram renová-la, tornando-a firme sobre novas bases: o Conselho Oculto dos Doze fora reconstituído; os quadros do 2o grau não tardaram a ser preenchidos. Um círculo externo foi, enfim, criado, e agora a vida circula em abundância no organismo místico do colosso rejuvenescido.

É para nós louvável de fornecer aqui alguns trechos de uma constituição, até então, rigorosamente secreta da Rosa-Cruz renovada.

Em aparência (e extra), a Rosa-Cruz é uma sociedade patente e dogmática para a difusão do ocultismo.

Em realidade (e intruso), é uma Sociedade Secreta de Ação para a exaltação individual e recíproca; a defesa dos membros que a compõem; a multiplicação de suas forças vivas pela reversibilidade; a ruína dos adeptos da magia negra; e, enfim, a luta para revelar à teologia cristã as magnificências das quais ela é repleta sem conhecimento de causa.


Em suma, é uma árvore de cujas as raízes devem se esgotar os seus elementos nutritivos no solo fértil do 1o grau (Biologia);

Cujos galhos devem florir em fraternidade científica no 2o grau (Teoria);

E frutificar em obras no 3o grau (Prática).

No centro de formação do 1o grau, o Conselho dos Doze (3o grau) seleciona os membros do segundo grau.

Os membros do 2o grau (em consequência, eventualmente os do 3o); organizam conferências para o ensino dos membros do 1o grau, dos quais eles devem dirigir os estudos. Mas o principal papel deles é o de executar as instruções do Conselho dos Doze.

Os adeptos do 2o grau se encontram assim sobre o muro que separa o Patente do Oculto, o Externo do Interno, a Sociedade aberta dogmática da da Sociedade Secreta de Ação.

Os membros do 2o grau têm o direito de dirigir seus anseios ao Conselho dos Doze; porém, individualmente. — Reunidos, não podem nem deliberar, nem tirar conclusões quaisquer que elas sejam com respeito às instruções recebidas dos Doze.

Os membros do 2o grau juram o segredo e devem obediência. No entanto, são livres para se retirarem pedindo a demissão: com o encargo de manter, como pessoas de honra, seu juramento de discrição, sobre tudo o que conseguiram aprender de nossos mistérios e de nossas deliberações, incluído a própria ordem que lhe motivou a sua retirada.

Os Doze tomam decisões por unanimidade de votos, e os membros do 2o grau executam o teor delas. Um único dos Doze, opondo seu VETO formal, basta para mandar rechaçar um projeto e passar, sem discussão, à ordem do dia pura e simplesmente.

No entanto, (e isso ficará em segredo entre os Doze)… etc.

Tal é este fragmento de uma Concordata até aqui conhecido somente por aqueles que a assinaram: reporto-me aos membros do Conselho dos Doze, e aos chefes do segundo grau, todos aqueles, em uma palavra, cujo o parágrafo - in fraternitate R.*. + .*. é seguida do hieróglifo:

a

O Conselho dos Doze é composto por seis membros conhecidos e seis desconhecidos: o papel desses consistiria em reedificação da Ordem em segundo plano, caso uma causa qualquer venha a dissolvê-la.

A Rosa-Cruz renovada já conta com mais de mil de adeptos.

Extraído da Obra de Stanislas de Guaita: “Ensaio de Ciências Malditas – Tomo 1: No Umbral do Mistério”, Georges Carré éditeur, Paris, 1890.

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